Thainã Rodrigues Pismel, de 31 anos, morreu no hospital onde trabalhava e ajudou muitas pessoas. Ela estava na UTI desde o dia 18 de janeiro.
Por Alcinete Gadelha, G1 AC — Rio Branco - 02/02/2021 16h50 Atualizado há 18 horas
Thainã Rodrigues Pismel, de 31 anos, morreu nessa segunda-feira (1º) — Foto: Arquivo pessoal
Thainã Rodrigues Pismel, enfermeira pediátrica, de apenas 31 anos é mais mais uma vítima da Covid-19. Ela teve os muitos planos e sonhos interrompidos de forma repentina pela doença. A profissional de saúde que ajudou a salvar tantas vidas morreu nessa segunda-feira (1º) por causa da doença.
A enfermeira estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Santa Juliana, em Rio Branco, há 12 dias, onde ela trabalhava e passava boa parte do tempo. Ela sequer teve tempo de tomar a primeira dose da vacina contra o coronavírus, segundo contou o marido Estevão Maia Neto.
“Era uma pessoa alegre e amava aquele trabalho dela, era muito querida por todo mundo lá. Ela tinha orgulho do que fazia e foi lá onde passou boa parte do tempo e onde ela se despediu”, falou emocionado.
O hospital emitiu nota de pesar lamentando a morte da servidora. “É com muita tristeza que, manifestamos o mais profundo pesar pelo falecimento da colaboradora Thainã Rodrigues Pismel, ocorrido nesta segunda-feira, 01 de fevereiro, vítima da Covid-19.”
O esposo de Thainã, ainda abalado com a perda, contou que eles eram casados há seis anos e que eles ainda tinham muitos planos e entre eles estava o de serem pais.
“A gente tinha planos e pena que não deu tempo. Ela tinha muitos planos ainda, inclusive, de vislumbrar pelo menos parte do fim dessa pandemia e não deu tempo nem de chegar a vacina para ela.”
Diagnóstico
Neto contou que o diagnóstico de Covid-19 foi no dia 10 de janeiro quando Thainã foi na Unimed. Dia 14 ela deu entrada na enfermaria do Santa Juliana e quatro dias depois, no dia 18 , foi transferida para a UTI do hospital.
“Ela entrou na UTI sem intubação e depois de uns três dias foi entubada. A última tomografia falava em 60% [dos pulmões comprometidos”, contou.
Ainda conforme Neto, a enfermeira não tinha nenhuma comorbidade. Eles sempre se cuidavam principalmente por morar com a mãe dele que é idosa.
“A gente se cuidava, moramos aqui com a minha mãe que é idosa, e não tínhamos acesso a ela [mãe]. Mas, ela [Tahinã] estava bem, não tinha problema nenhum. Teve um dia que se sentiu mal, começou com uma tosse e ficou assim uns três dias até procurar o atendimento”, relembrou.
Sobre a perda, o marido diz que vai ser difícil seguir em frente e se emociona mais uma vez ao fazer o relato e relembrar de como era a vida deles.
“Tudo que eu fazia era com ela, a gente sempre juntos, perdi minha parceira, minha esposa, minha vida, perdi muita coisa. A gente pede força para tentar continuar com a vida, a gente não pode se entregar. O ciclo terreno dela acabou, mas o nosso continua e a gente tem que tentar ser forte para tentar superar”, chorou.