quarta-feira, 6 de setembro de 2023

“Mailza é a minha candidata ao governo e eu sou candidato ao Senado”, diz Gladson



No que deveria ser mais uma reunião do governador Gladson Cameli com o seu secretariado, essa semana em Cruzeiro do Sul, acabou se transformando num ato político. De forma incisiva, Gladson disse ao secretariado que a partir daquele momento todos ficariam sabendo que toda sua equipe deveria se alinhar de forma completa em torno da candidatura da vice-governadora Mailza Assis ao governo em 2026.

“Quero dizer aos senhores que a Mailza é a minha candidata ao governo e eu serei candidato ao Senado e quem não quiser se alinhar no projeto, deve entregar os cargos”, disse Gladson, segundo um secretário presente revelou hoje (5) ao BLOG.

“Tem gente já se achando governador e fazendo campanha falando em nome do governo, e quero dizer que o governo só tem dois candidatos, eu e a Mailza”, enfatizou Cameli.

Foi dado um direcionamento à SEGOV no sentido que alinhe todo o secretariado para trabalhar unido neste sentido, e quem não se enquadrar, e defender outra candidatura vai ter que pedir para sair ou será exonerado. Essa foi a primeira fala que o governador Gladson Cameli fez sobre a eleição de 2026 para o Palácio Rio Branco e Senado.

CAMINHO LIVRE E COM MORAL

A fala do governador Gladson Cameli deixa a vice-governadora Mailza Assis livre para se mexer e viabilizar sua candidatura ao governo em 2026, e a deixa com moral no secretariado.

FORMA EXPLÍCITA

A fala do governador Gladson Cameli sobre a sua sucessão atinge diretamente o senador Alan Rick (UB), que esperava o apoio do governo para disputar o mandato de governador em 2026, e que tem cargos na máquina estatal. Foi como um recado aos secretários que defendem seu nome para o governo.

NÃO SERÁ SURPRESA

Depois do discurso de ontem da ex-líder do governo, deputada Michelle Melo (PDT), em que disse em outras tacadas ferinas contra o governo Gladson, que governar não é deixar pessoas em macas nos hospitais, se abandonar uma biblioteca pública, nem deixar pessoas jogadas na frente da ALEAC, dificilmente, não perderá mais na frente os espaços que tem com cargos na atual gestão.

MELHOR NA OPOSIÇÃO

Importante figura do governo disse ontem ao BLOG que o melhor que deve ser feito é cortar os cargos de confiança da deputada Michelle Melo (PDT) no governo e lhe deixar livre para ir para a oposição. “Lhe manter no cargo será ter uma coluna do meio na base do governo, pegando os bônus e fugindo dos ônus”, ponderou a fonte.

BOM DIA, SECRETÁRIO!

Bom dia, secretário de Ação Social, Pastor Alex. É uma vergonha para a sua gestão, e por tabela para o governo, não tomar providências para acabar com o quadro deprimente de famílias com pessoas de idade, crianças, acampadas de forma precária em frente da Assembleia Legislativa. O dantesco quadro de uma miséria explícita, é um golpe duro na imagem do governo do Gladson.

COMANDAR O RUAS DO POVO

O secretário de articulação política do governo, Alysson Bestene, pode assumir um órgão operativo como o DERACRE, e comandar a recuperação das 700 ruas do programa Ruas do Povo, e sem a parceria da prefeitura de Rio Branco. O assunto está sendo discutido dentro do governo e seria a forma de fazer com que a candidatura do Alysson a prefeito decolasse na opinião pública.

ESTRATÉGIA CORRETA

É uma estratégia correta. Ficar na SEGOV só recebendo pepinos políticos para descascar não o levará a lugar algum. Acho que a fórmula discutida pelo governo é a única saída para popularizar uma candidatura do Alysson Bestene à PMRB.

MARCUS ESCOLHE O VICE

O presidente do MDB, Flaviano Melo, é taxativo sobre o assunto da escolha do nome do vice na chapa do Marcus Alexandre a prefeito de Rio Branco: “Quem escolhe o vice é o candidato a prefeito e não o partido, é ele que vai governar”.

NO QUE CONCORDO

Respeito a sua posição política de extrema-direita, na democracia tem de haver o contraditório. Não me afino com as ideias defendidas pelo deputado federal Ulysses Araújo (UB), mas com uma ressalva: também sou a favor de diminuir a idade penal. Como se encontra, é um instrumento de impunidade a menores que cometem crimes bárbaros. Se pode votar, tem que responder penalmente como se de maior fosse.

HORA DE RESOLVER

É um assunto que se arrasta por anos. O governo tem de resolver a questão do pagamento dos trabalhadores terceirizados, que estão passando necessidade. São famílias, que trabalham para ganhar o pão de cada dia. Quem trabalha tem de receber.

VIRA UMA BAGUNÇA

Pode parecer uma birra do prefeito Tião Bocalom, mas não é, quando diz que não vai tocar a sua gestão na improvisação pelas pressões por obras nos ramais, que vem recebendo. Se não houver um mínimo de planejamento vira uma bagunça na gestão.

TEM QUE SE MEXER

A mesa diretora da ALEAC também tem que se mexer sobre a permanência de famílias acampadas na sede do poder. Quem vê o quadro passa a impressão de que os deputados estão se lixando para o problema. Se convoque o secretário da pasta e cobrem explicações.

GOVERNO ESTAVA SOLTO

O governo estava solto, com cada secretário para o seu lado, faltando uma unidade de ações na sucessão estadual. Esse recado do Gladson foi na base de quem não estiver comigo estará contra mim. Para um bom entendedor, a meia palavra basta.

NÃO DEVE DEMORAR

A deputada Michelle Melo (PDT) nem sonhe que o governo vai aceitar a sua posição crítica ao secretariado. Já mostrou isso na sua destituição da liderança do governo. Ou vai ser uma parlamentar passiva da base sobre os rumos do governo, ou então vai perder os cargos de sua indicação no governo. Não há caminho alternativo.

ÚNICO DEFENSOR

A única voz ase levantar contra a destituição da deputada Michelle Melo (PDT) da liderança do governo foi o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB). O PDT, seu partido, não deu um pio na defesa.

NÃO É COISA DO OUTRO MUNDO

Não vejo o fato da deputada Michelle Melo (PDT) perder a liderança do governo como algo de outro mundo. O cargo de líder na ALEAC é de decisão de governo. No momento que o ocupante perdeu a confiança, é normal ser sacado. E a Michelle perdeu a confiança.

ESTÁ PRECISANDO

A defesa do deputado Pedro Longo (PDT) de que a AGEACRE abra espaço para mais uma linha de ônibus para Cruzeiro do Sul faz sentido, porque além de criar opções aos passageiros, leva à melhoria dos serviços prestados aos usuários.

FRASE MARCANTE

“Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos”. Friedrich Nietzsche.

Por ac24horas.com
Publicado 05/09/2023

Deputados aprovam isenção de IPVA para motocicletas de até 170 cilindradas de pessoas físicas



Os deputados estaduais aprovaram na tarde desta terça-feira (5) o projeto de lei que isenta de pagar IPVA motocicletas de até 170 cilindradas, de pessoas físicas. Para isso, o proprietário não pode ter mais de um veículo registrado em seu nome. A matéria foi aprovada por unanimidade dos parlamentares presentes à sessão.

Mais de 176 mil pessoas serão beneficiadas com a iniciativa do Poder Executivo, que tem à frente o governador Gladson Cameli (PP), já no primeiro ano de implementação da nova lei. Ou seja, 22% da população do Acre.

Agora, o texto segue para sanção do governador Gladson Cameli e publicação no Diário Oficial do Estado (DOE).

Da redação do Notícias da Hora.

Mazinho Serafim vai ao Juruá divulgar ExpoSena e aproveita para anunciar seu apoio ao empresário José Luiz à prefeitura de Mâncio Lima



Assessoria 04 Setembro 2023

Buscando divulgar a ExpoSena na região do Juruá, no período que aconteceu a ExpoJuruá no município de Cruzeiro do Sul, o prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim aproveitou também para fazer política ao lado da esposa, a deputada federal Meire Serafim (União). Em uma visita ao municipío de Mâncio Lima, Serafim declarou apoio em nome de seu grupo político, ao empresário José Luiz que será o pré-candidato a prefeito.


Para Mazinho, o momento é de fortalecer seu grupo político. “Conversando aqui com a classe política da região precisamos ampliar nossas bases e trabalhar para o desenvolvimento de todas as regiões do Estado. A deputada Meire tem visitado nossos municípios e se colocado à disposição dos prefeitos para ajudar com as emendas parlamentares. E na reunião que tive mais o José Luiz deixei claro que o meu apoio ele vai ter para concorrer no próximo ano a prefeitura de Mancio Lima”, afirmou Mazinho.

O prefeito que será filiado oficialmente ao Podemos este mês já está trabalhando para o crescimento do partido em todos os municípios. “O momento é de analisar e conversar com as lideranças políticas. Meu jeito de fazer política é com sinceridade e podendo trazer o melhor projeto para a população. Conversei com o José Luiz e observei que temos objetivos comuns, que é levar ao povo oportunidade de progresso e desenvolvimento com geração de emprego, renda e investimento na infraestrutura de nossas cidades”, destacou Serafim.

Por: https://www.noticiasdahora.com.br/

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Municípios do Acre devem ganhar até R$ 212 milhões com reforma tributária, diz estudo


Uma das conclusões é de que a reforma beneficiará 78% das 27 unidades federadas
Maria Fernanda Arival, ContilNet

Um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicado no final de agosto, apresenta estimativa atualizada do impacto redistributivo da reforma tributária para as receitas dos estados e municípios. No Acre, todos os 22 municípios terão ganhos, com total amealhado está estimado em R$ 212 milhões.

Uma das conclusões é de que a reforma beneficiará 78% das 27 unidades federadas (incluindo todas as 12 de menor Produto Interno Bruto per capita) e, individualmente, 60% dos estados e 82% dos municípios.

Reprodução

Os municípios favorecidos concentram 67% da população brasileira e correspondem a 98% daqueles que possuem produto interno bruto per capita inferior à média brasileira.

O estudo comparou as receitas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) obtidas em 2022 por todos os municípios e estados do país com as que teriam sido verificadas na vigência do novo modelo tributário, com um imposto sobre bens e serviços de base ampla e cobrado no destino, ou seja, no local de consumo.

Em algumas unidades federadas (UFs), o governo do estado tem sua participação no bolo tributário reduzida, mas o ganho dos municípios supera e compensa essa perda, tornando o estado ganhador. Por isso, com 60% dos estados e 82% dos municípios ganhando, temos 78% das UFs (estado mais municípios) sendo beneficiadas pela reforma tributária.
Por ContilNet

Vereadores de Tarauacá aprovam projeto para a construção da Orla no valor de R$ 17 milhões

 

Na sessão desta terça-feira (5), sob o comando do presidente Pedro Cláver, foi aprovado o projeto de lei da construção da Orla de Tarauacá. A matéria recebeu total apoio de todos os vereadores presentes.

A Orla de Tarauacá é fruto de uma emenda parlamentar do senador Márcio Bittar e será construída ao torno do mercado municipal.

Dentre o expediente da Câmara, foi recebida uma equipe que apresentou aos vereadores o Plano Municipal pela Primeira Infância que trata do Selo Unicef.

Para o presidente Pedro Cláver, os parlamentares têm dado prioridades a todos os projetos que são de interesse da população.

Por extradoacre.com.br

TARAUACÁ: ATLETAS DO MUNICÍPIO SÃO DESTAQUES NA CORRIDA DE RUA DA EXPOJURUÁ 2023

 


A equipe 'Seven Team Rum' mais uma vez representou Tarauacá em uma competição esportiva em nível estadual. No último domingo seus principais atletas participaram da 3ª Edição de Corrida de Rua da EXPOJURUA, promovida pela Governo ro Estado do Acre, em Cruzeiro do Sul. 

Os nove atletas tarauacaense participaram com sucesso competição e todos concluíram a prova, que teve percurso de 10 km, conquistando além das medalhas, cinco troféus nas diversas categorias em que participaram.

A equipe contou com o apoio do Médico Cardiologista Igor D'Avila, que patrocinou time de corredores e na premiação foi representado por sua mãe, a médica Salete D'Avila. 


PREMIAÇÕES

Categoria 30-39 - 10km - Feminino
3º LUGAR - ADERVANIA DA CRUZ SILVA

Categoria 50-59 - 10km - masculino
1º LUGAR VITÓRIO SILVA
3º JOSÉ CARLOS 

Categoria 40-49 - 10km - Masculino 
3º LUGAR - JOSE FRANCISCO VIANA

Categoria 30-39 - 10km - Masculino
3º JOSE JEAN FREITAS 


O Atleta Francinei não disputou premiação pois fez uma corrida em homenagem ao seu filho que é cadeirante.

No Dia da Amazônia, organizações alertam sobre preservação do bioma - Região sofre com desmatamento, garimpo ilegal e grilagem de terras


Maior floresta tropical do mundo, a Amazônia sofre com diversas ações praticadas pelo ser humano, como o desmatamento, o garimpo ilegal, a grilagem de terras. Nesta terça-feira (5), Dia da Amazônia, organizações lembram a urgência de preservação desse bioma, principal floresta tropical do mundo.

Com extensão aproximada de 421 milhões de hectares, a Amazônia representa um terço das florestas tropicais do mundo. A região é responsável por vários processos climáticos, a exemplo da evaporação e transpiração da floresta, que ajudam a manter o equilíbrio do clima e a manutenção dos estoques de água doce. Além disso, abriga mais da metade da biodiversidade do planeta.

Dados do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (Salve), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), mostram que 224 espécies da fauna na Amazônia estão sofrendo algum tipo de ameaça e pelo menos uma já foi considerada extinta. São 139 espécies categorizadas como “vulnerável”; 48 “em perigo”; e 38 “criticamente em perigo”.

Entre os animais em risco estão o peixe-boi-da-amazônia, tamanduá-bandeira, a onça-pintada, ararajuba e a anta, classificados como “vulneráveis”. Já espécies de peixe, como Acari, estão “criticamente em perigo”.

Para o coordenador-geral das Organizações Indígenas da Amazônia, (Coiab), Toya Manchineri, o Dia da Amazônia é de luta e reflexão. Coordenando mais de 70 organizações indígenas, Toya afirmou que, neste ano, ainda não há muito a comemorar por causa do avanço do desmatamento, do garimpo ilegal e das ameaças aos povos indígenas e tradicionais no governo Jair Bolsonaro.

Floresta amazônica - Marcelo Camargo/Agência Brasil

“É um dia especial de luta e que não tem nada para comemorar, principalmente se pegarmos os dados produzidos pela agência de pesquisa, que são do governo passado. Aí há uma destruição em massa da floresta, do bioma e uma onda crescente de assassinatos e perseguição aos povos indígenas, quilombolas e extrativistas”, disse a liderança indígena à Agência Brasil. “O dia 5 é para fazermos uma reflexão sobre como podemos parar com esses assassinatos e a perseguição aos povos que vivem na floresta. Então, é um momento de reflexão e não de comemoração”, ressaltou.

Avaliação similar é feita pela assessora de política e direito socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA) Adriana Ramos. Ela destaca que, apesar dos dados recentes apontarem queda expressiva do desmatamento nos sete primeiros meses do ano, ainda há muito a ser feito. Dados do governo federal mostram uma redução no desmatamento de 42% do bioma amazônico nesse período. Em julho, a queda foi de 66%, em agosto a expectativa é que tenha permanecido em patamar similar.

“Digamos que não temos tanto o que comemorar porque há uma série de desafios que precisamos enfrentar e que continuam muito distantes. A Amazônia tem grande parcela do Brasil e o país precisa dar a ela a relevância que tem”, disse a ambientalista à Agência Brasil.

Adriana também citou o aumento do crime organizado na região e a necessidade de políticas voltadas para as populações locais.

“É preciso reconhecer que a violência e o crime organizado cresceram muito na região. Ainda tem gente vivendo nas cidades da Amazônia, demandando atenção e a criação de oportunidades de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, há muitas ameaças aos territórios tradicionais, às terras indígena, às unidades de conservação que precisam ser enfrentadas para que essas áreas, que simbolizam o que de mais rico a Amazônia tem em termos de biodiversidade e de enfrentamento à crise climática, sejam mais valorizadas”, afirmou.

Outro alerta é sobre o avanço de grandes projetos de infraestrutura na região, como a pavimentação da BR-319, construída pelos governos militares nos anos 70, e a estrada do Pacífico. Para a assessora de política e direito socioambiental do ISA, esses projetos têm impacto imenso no processo de desmatamento da região, uma vez que podem gerar aumento da circulação de grileiros e madeireiros ilegais na região, além de não trazer benefícios concretos para os moradores.

Uma das principais preocupações é que com a continuidade de projetos como esses, aliados ao desmatamento, ao garimpo ilegal, à grilagem de terras para fazer pasto, a Amazônia possa atingir o ponto de não retorno. O termo é usado por especialistas para se referir ao momento em que a floresta perde sua capacidade de se autorregenerar, em função do desmatamento, da degradação e do aquecimento global, tendendo, então, ao processo de desertificação.

“São projetos que terão impacto imenso e que não estão em uma estratégia de desenvolvimento da região. É preciso que a gente pense projetos econômicos de valorização da área, dos serviços ambientais gerados a partir do uso sustentável da floresta e que vão fortalecer aquilo que a Amazônia tem para oferecer de melhor neste momento, que são as condições de enfrentamento à emergência climática. Isso a gente só vai conseguir manter se evitar o chamado ponto de não retorno, o que significa paralisar o desmatamento e a perda de biodiversidade.

O coordenador da Coiab destaca que esses projetos não são pensados em conjunto com as populações que habitam a região. Toya Manchineri cita a monocultura como uma das atividades de grande impacto no desmatamento e nos conflitos agrários na Amazônia.

“Os projetos econômicos levam muitas complicações para os povos indígenas. Primeiro que eles não são pensados em conjunto com os povos que vivem na Amazônia. Eles vêm muito com um olhar externo de desenvolvimento, que muitas vezes não reflete a realidade local. Aí temos a questão do garimpo que é bastante ruim, ele destrói a floresta, destrói a organização social e deixa doença nos territórios indígenas. Então, são projetos de garimpo e de monocultura que acabam com a floresta”, afirmou.

Toya também criticou a possibilidade de aprovação da tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas, em especial na Amazônia, e disse que se a medida for aprovada, haverá intensificação das ameaças aos povos e a perda de direitos.

“O marco temporal é nocivo para os indígenas, ao impor limites para a demarcação dos territórios. Se ele for aprovado, muitos dos nossos territórios serão revisados, muitos dos nossos parentes, que não estão com seu território demarcado, vão perder e, muito provavelmente, sofrer uma pressão muito grande de invasores. Muitas mortes vão ocorrer”, denunciou.

Para o ISA, a aprovação do marco temporal pelo Supremo Tribunal Federal mostra interpretação distorcida da Constituição Federal, que pode contribuir com a “indústria da grilagem de terra". Adriana lembrou que os povos indígenas e tradicionais são os que mantiveram a floresta de pé.

“A gente tem floresta por causa do modo tradicional de vida dessas populações, portanto esses povos têm importância central e as suas práticas de manejo e de agricultura são responsáveis pela manutenção da floresta em pé. É impossível imaginar um futuro com floresta em pé na Amazônia sem que os povos originários e tradicionais tenham protagonismo nesse processo”, disse.
Festival

Como forma de chamar a atenção para a defesa da Amazônia, cinco cidades brasileiras, iniciando por Santarém (PA), abrigarão festivais culturais e artísticos. O primeiro foi realizado no último sábado (2). Esta será a segunda edição do Festivais Dia da Amazônia. Mais de 13 organizações e um número superior a 50 artistas estão envolvidos diretamente na mobilização nacional do evento, ao longo deste mês de setembro. O festival também terá protestos contra a tese do marco temporal.

A tradição foi iniciada no ano passado para comemorar a data, instituída por lei em 2007, abrangendo festivais e atividades diversas que se estenderão por todo o país até o próximo dia 30. Entre essas ações estão oficinas, peças de teatro, atividades esportivas e educativas, plantio de árvores, exposições e exibição de filmes. Todas têm foco na temática da proteção e valorização da Amazônia.

Uma das ações este ano é a mobilização para coletar 1,5 milhão de assinaturas de cidadãos brasileiros que têm título de eleitor válido, para protocolar o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (Plip) que requer a destinação de 57 milhões de hectares de terras públicas não destinadas, ou seja, áreas da União que ainda não têm uma finalidade específica e são alvo de desmatamento acelerado e grilagem.

Floresta amazônica vista de cima. - Divulgação TV Brasil

A proposta é que essas terras possam ser demarcadas como unidades de conservação (UCs), terras indígenas, territórios quilombolas ou destinadas às comunidades tradicionais - povos que verdadeiramente conservam a Amazônia.

Por Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil
Brasília.
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