quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Com a fome batendo na porta de cidades isoladas do Acre por conta da estiagem, deputados se unem e discutem saídas

 Com a fome batendo na porta de cidades isoladas do Acre por conta da estiagem, deputados se unem e discutem saídas

Os discursos nesta quarta-feira (4) na Assembleia Legislativa do Acre concentraram os esforços para tratar a respeito dos municípios isolados como Jordão, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo e Santa Rosa do Purus. Com a estiagem severa, essas cidades sofrem com o desabastecimento, por conta da seca dos rios.

O primeiro a puxar o tema foi o deputado Marcus Cavalcante (PDT). Natural de Feijó, ele apontou para a necessidade da adoção de medidas urgentes no socorro a ribeirinhos e munícipes dessas localidades.

“É muito difícil viver num município isolado. Eu espero que haja um entendimento junto ao Ministério Público Federal para que ocorra um ajustamento de conduta. E muito importante o direito de ir e vir, por mais difícil que seja chegar lá. A economia cresce, as pessoas mais felizes. Eu morei muitos anos em município isolado e eu sei a dificuldade que é. Viver dentro de aviões pequenos, com passagens abusivas, a alimentação cara. Não podemos deixar esses municípios isolados”, disse Marcus Cavalcante.

O social democrata Eduardo Ribeiro defendeu a criação de um grupo de trabalho permanente para a elaboração de estudos para viabilizar a construção de estradas, retirando as cidades acreanas do isolamento. Para ele, isso é uma questão humanitária.

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“É necessário que haja um trabalho, um planejamento para tirar alguns municípios do isolamento. Quando acontecer a seca, como está acontecendo agora, os municípios estão passando por uma situação que pode acarretar um caos enorme, porque é uma questão de segurança alimentar. O Estado precisa criar um grupo de trabalho para tirar os municípios do isolamento. Precisamos fazer isso porque é uma questão de dignidade”, disse Eduardo Ribeiro.

Quem também demonstrou preocupação com o assunto foi o deputado Luiz Gonzaga (PSDB), presidente da Aleac. “Anteriormente, as secas e as cheias eram esporadicamente. O ano passado nós tivemos uma forte cheia e esse ano novamente. Não sabemos como será nos próximos anos. Precisamos nos preparar para isso. É triste ver a situação do município de Jordão totalmente isolado. Santa Rosa, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, principalmente. Realmente há uma necessidade de trabalhar e se debruçar para resolver essa questão do isolamento”, disse Gonzaga.

Edvaldo Magalhães (PCdoB) reforçou que não está longe de que existe um espaço para o diálogo com o Ministério Público Federal. Na visão dele, os estudos necessários devem ser feitos agora a partir de uma decisão do Palácio Rio Branco.

“Eu acredito que um termo de ajustamento pode ser pactuado. Aquele acesso que está feito hoje é o que está salvando aquela comunidade da carestia. Você não pode com uma decisão punir o povo. Não podemos punir o povo. Nesse sentido, a contrapartida é manter aquele trânsito, porque já não está mais sendo feito pelo traçado proibido. Está sendo feito pelo traçado anterior”, afirmou ao se referir ao ramal que liga Porto Walter a Cruzeiro do Sul.

Pr noticiasdahora.com.br

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