sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Brasileiros confiam mais em Joaquim Barbosa, diz Datafolha; Cunha é o pior colocado


Longe dos holofotes desde a sua aposentadoria, em julho de 2014, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa é considerado, hoje, a personalidade mais confiável do país, aponta levantamento do Datafolha.

Para a pesquisa, os entrevistados dão notas de 0 a 10 (de nada confiável a totalmente confiável) a 12 nomes relevantes do cenário político brasileiro. Barbosa teve a nota média mais alta: 5,9.

O ministro é seguido pela ex-senadora Marina Silva (5,3), fundadora da Rede Sustentabilidade, e pelo senador Aécio Neves (5,0), presidente do PSDB.

No extremo oposto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é o menos confiável da lista, segundo a pesquisa: tem nota média de 2,3.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a presidente da República, Dilma Rousseff, também não são de confiança para a população. Receberam notas médias de 2,7 e 2,9, respectivamente.

O levantamento foi feito nos dias 25 e 26 de novembro com 3.451 pessoas em 185 cidades.


QUEDA ACENTUADA

A última pesquisa desse tipo feita pelo Datafolha ocorreu em 2009. Das seis personalidades possíveis de comparação com o levantamento anterior, quase nenhuma melhorou sua nota média de confiança.

A queda mais significativa foi na confiança depositada no ex-presidente Lula. Da média 7,9, registrada durante seu segundo mandato na Presidência, sua confiabilidade caiu para 4,7.

Hoje, ele está empatado com o juiz Sergio Moro, responsável por julgar casos da Operação Lava Jato na Justiça Federal do Paraná.

Moro, porém, é o menos famoso da lista de personalidades –9% disseram não conhecê-lo, e 23% não souberam atribuir nota. As demais figuras têm taxas de conhecimento iguais ou maiores que 95%.

Dilma registrou queda de 2,5 pontos. Em 2009, ela teve nota média de 5,4 na confiança da população.

A nota dos tucanos também caiu, mas de forma menos acentuada que a dos petistas.

Aécio foi de 5,5 para 5; o senador José Serra (SP), de 6,2 para 4,7. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ficou na mesma: 4,8 foi sua média nos dois anos.

Única a registrar alta na confiança, Marina Silva oscilou de 5,2 para 5,3.

SEGMENTOS

Há diferenças significativas na análise de dados por variáveis. A nota da confiança em Joaquim Barbosa vai a 7,3 entre os mais ricos; 7,2 para os mais escolarizados; e 6,7 entre moradores da região Centro-Oeste.

Lula, por sua vez, vai melhor entre aqueles que recebem Bolsa Família (6,2), mais pobres (5,5), menos instruídos (5,5) e moradores da região Nordeste (6).

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que tem nota média de 4,7 de confiabilidade na pesquisa, vai a 5,7 entre moradores do interior paulista.
GABRIELA TERENZI
DE SÃO PAULO04/12/2015 17h47

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