Até agora um dos pilares de sustentação política do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o PSDB reuniu sua bancada de deputados federais na noite desta terça-feira (10) e, por unanimidade, decidiu pedir no plenário a sua saída do cargo devido às acusações de envolvimento no petrolão.
"A defesa apresentada até agora pelo presidente da Câmara dos Deputados não convenceu nenhum integrante da bancada do PSDB", afirmou na saída da reunião o líder da bancada, Carlos Sampaio (SP).
Os tucanos darão uma entrevista coletiva nesta quarta (11) em que soltarão uma nota pedindo a saída de Cunha. Também usarão o plenário da Câmara para externar essa posição.
"A nota deixará claro que o PSDB considera que a defesa e os argumentos apresentados pelo presidente da Câmara até agora não convenceram e não têm respaldo em provas, e que seu afastamento é imprescindível para que o plenário da Câmara decida seu destino com a devida isenção", afirmou Sampaio.
A decisão desta terça representa uma mudança na posição da legenda até agora. Apesar de ter assinado há algumas semanas uma nota em que pedia a saída de Cunha, o partido vinha mantendo a sustentação política do peemedebista nos bastidores com o intuito de tentar forçá-lo a deflagrar o processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
O desgaste público desse jogo duplo de bastidores, porém, levou a maior parte da bancada a defender uma posição mais direta. Isso representa um golpe na sustentação política de Cunha pois, até agora, somente os nanicos PSOL e Rede pediam claramente sua saída nas sessões plenárias.
Aliados do peemedebista afirmam que irão tentar contornar a situação nos bastidores.
Os dois integrantes do PSDB no Conselho de Ética da Câmara estão autorizados pela legenda a votar contra Cunha.
Cunha sofre processo de cassação no Conselho de Ética da Casa. No dia 24 deve começar a ser votado relatório preliminar que irá definir se o processo segue ou é arquivado. Além de ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República sob a acusação de envolvimento no escândalo da Petrobras, ele escondeu patrimônio milionário no exterior.
RANIER BRAGON
DÉBORA ÁLVARES
DE BRASÍLIA
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