DNIT emitiu recomendação para que os acrianos evitem trafegar pela BR-364 por contas das precárias condições
Em mais um episódio do descaso no trato com os recursos públicos aplicados na construção da BR-364 nos últimos 16 anos entre Sena Madureira e Cruzeiro do Sul, relatório do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), obtido por Contilnet Notícias, aponta o que a maioria dos acreanos que trafega pela rodovia sente na pele: as condições do pavimento asfáltico são as piores possíveis.
De acordo com o levantamento do órgão, realizado em 2013, 56% de toda a superfície do asfalto das rodovias federais no Acre é considerada ruim. Ao todo, são 551 quilômetros (km) de trechos em condições fora dos padrões de qualidade internacional.
Apenas 21% são apontados no estudo como “bons”. Na BR-364 a situação é bem mais crítica: 77% da estrada não oferecem boas condições de trafegabilidade, o que representa 438 quilômetros.
Na BR-317, sentido Assis Brasil, até a fronteira com o Peru, o cenário é menos complicado. Apenas 27% dos 412 km são classificados com ruins. Os trechos “bons” são a maioria, correspondendo a quase 40% da estrada. Relatos recentes, contudo, dão conta das péssimas condições da rodovia, sobretudo nos trechos entre Xapuri e Capixaba e Xapuri e Brasileia.
Escândalo BR-364
A BR-364 tem sido desde o fim de março motivo de muitas discussões no meio político por conta de sua deterioração. Tudo começou quando o líder do PSDB na Assembleia Legislativa, Luiz Gonzaga, levou pedações de asfalto da estrada para o plenário. A situação se agravou com as constantes chuvas, que acabaram por destruir toda a pavimentação que ainda existia.
Vídeos e fotos postados por usuários da rodovia mostram atoleiros ao longo de trechos entre Sena Madureira e Tarauacá. Neste último fim de semana uma grande cratera surgiu a 150 km de Cruzeiro do Sul, o que provocou a interrupção do tráfego.
Agora, o Dnit emitiu recomendação para que os acreanos evitem trafegar pela BR-364 por contas das precárias condições. Segundo o órgão, pelo menos até junho, início do período de estiagem, a rodovia não apresentará condições seguras de trafegabilidade.
Até meados de 2013 a responsabilidade pelas obras de construção e manutenção das rodovias federais no Acre era de responsabilidade do governo estadual, por meio do Deracre. Devido a sucessivas falhas de engenharia e denúncias de malversação com os recursos detectada por órgãos de controle, o Dnit assumiu a responsabilidade.
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