Cardeal argentino é eleito papa da Igreja Católica
O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio foi anunciado na noite desta quarta-feira (13), tarde no Brasil, como o novo papa da Igreja Católica. Ele vai utilizar o nome de Francisco 1º.
Bergoglio assume o comando da Igreja Católica e do Vaticano 13 dias após a renúncia de Bento 16 (o alemão Joseph Ratzinger), que deixou o cargo em 28 de fevereiro após declarar não ter mais forças para seguir no posto.
A decisão saiu no segundo dia do conclave, iniciado na tarde de terça-feira (12). Foram necessárias cinco votações para que os 115 cardeais eleitores chegassem a um nome de consenso: uma na tarde de ontem, duas na manhã de hoje e mais duas na tarde de hoje.
Além da fumaça branca, expelida às 19h06 locais (15h06 em Brasília), a escolha do novo papa foi anunciada pelos sinos da Basílica São Pedro.
A multidão de católicos que lotava a praça São Pedro se aproximou então da varanda da Basílica de São Pedro, onde o novo papa foi apresentado aos fiéis.
O primeiro a aparecer foi o francês Jean-Louis Tauran, o mais velho entre os cardeais. Pouco mais de uma hora após a fumaça branca ser expelida, Tauran declarou na varanda da Basílica São Pedro a famosa frase “Habemus papam”, que em latim significa “Temos papa”.
O francês então disse em latim o nome do cardeal argentino, "Georgium", e anunciou que ele irá utilizar o nome de Francisco 1º.
Nenhum papa jamais adotou o nome de São Francisco de Assis, o reformador do século 13 que viveu na pobreza e disse aos seguidores: "Pregue sempre o Evangelho. Se necessário, use palavras".
O cardeal decano então deixou a varanda e deu lugar para o argentino Bergoglio. O novo papa se aproximou e saudou a multidão.
Em suas primeiras palavras, o papa Francisco pediu uma oração para o papa emérito bento 16.
Renúncia de Bento 16
Oficialmente, Bento 16 justificou limitações físicas para renunciar ao cargo. No entanto, seus oito anos de pontificado foram marcados por diversas polêmicas.
A Igreja foi abalada pelo escândalo dos abusos sexuais cometidos por clérigos contra menores e pelo caso "Vatileaks" — em que um mordomo de Bento 16 revelou documentos indicando corrupção e disputas internas na Cúria Romana.
A instituição tem sido atingida também pelo avanço do secularismo e de religiões concorrentes no mundo, e por problemas na gestão do Banco do Vaticano.
Cinco votações
Os 115 cardeais eleitores fecharam-se na Capela Sistina às 17h34 (13h34 de Brasília) de ontem. Eles chegaram à capela em uma procissão, cantando e rezando, a partir da Capela Paulina, onde estiveram reunidos minutos antes.
Mais cedo, foi realizada uma missa com a presença de milhares de fiéis, na Basílica de São Pedro.
Após a chegada dos cardeais, as pessoas alheias ao conclave abandonaram a Capela Sistina para o início da reunião, deixando-os sozinhos e completamente isolados do mundo.
Foi, então, pronunciado o "Extra Omnes" (Fora todos!), e as grandes portas da capela foram fechadas.
Ontem ocorreu apenas uma votação, ao final do dia. A chaminé sobre a Capela Sistina lançou a fumaça preta sobre os céus de Roma às 15h40 locais (19h40 em Brasília), anunciando que a escolha não tinha chegado ao fim.
Na manhã de quarta-feira (13), no segundo dia do conclave, a chaminé foi acionada mais uma vez após uma rodada de duas votações. A primeira fumaça de hoje, de cor preta, foi expelida por volta das 11h40 locais (7h40 em Brasília).
Mas à tarde, após a quinta votação deste conclave, os 115 cardeais eleitores chegaram a um consenso e definiram o eleito. Pela terceira vez, a chaminé foi acionada sobre a Capela Sistina, e, acompanhando os sinos da basílica, lançou aos céus a fumaça de cor branca.
fonte r7
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