SÃO PAULO - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo
Lewandowski, disse na sexta-feira, 25, que o princípio da presunção de
inocência, que impede que alguém seja declarado culpado até que seja esgotado o
último recurso, não deve ser aplicado em relação à Lei da Ficha Limpa. Na
quinta-feira, 24, o advogado-geral da União disse que a lei precisa evoluir
nesse sentido para que 'inocentes não sejam condenados por antecipação'. Segundo
o ministro, existem duas ideias de presunção de inocência que precisam ser
distinguidas: a do campo criminal e a da esfera eleitoral. 'No campo criminal, o
STF já decidiu que é preciso esgotar todos os recursos antes que as sanções se
tornem efetivas. Outra coisa é esse conceito no direito eleitoral, pois estamos
falando em condições de elegibilidade', disse o ministro após proferir palestra
na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, em Brasília. Lewandowski também
lembrou que o próprio legislador entendeu que os direitos são diferentes ao
cobrar apenas a decisão de órgão colegiado na Lei da Ficha Limpa. 'Sou um
daqueles que se filiam a essa ideia. Mesmo porque quando um colegiado de juízes
decide determinada matéria, já decidiu sobre todos os fatos que são discutidos
no processo', disse. O ministro ainda afirmou que não se sente incomodado com a
possibilidade de liberar políticos antes barrados pela Justiça Eleitoral. 'Nós
temos que cumprir as decisões do Tribunal maior do pais. As decisões de qualquer
magistrado, sobretudo da Suprema Corte do país, têm que ser cumpridas a risca e
com celeridade'.
Fonte o Estadão
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